Boas surpresas do dia e de outros dias

Hoje Clarissa começou me surpreendendo cedo. Fazia já uns dias que não conseguia fazer minha devocional matutina. E estava sentindo falta. Hoje, apesar dos adendos e interrupções gerais, persisti e voltei pra minha cama após atender às “urgências”. E comecei a entoar um mantra que gosto muito. Clarissa, pedindo atenção, convidei-a a ficar comigo e tb “rezar”. Sentou-se no meio da minha posição de buda e, para minha surpresa, quando eu comecei o meu honnn…. ela começou tb o dela! Cantava lindamente seu proprio mantra e sua própria integração. Infelizmente não resisti à cantoria incólume e tive que rir e nós rimos juntas. Mágico. Mais adiante no dia, passo por ela com sua sacola no ombro, onde ela protesta logo em seguida – “dodói u ó, dodói u ó…” tradução: “dodóio no olho, dodóio no olho”, disse apontando o olhinho. Tinha sabido que frases com 3 palavras eram esperadas para mais pra frente no desenvolvimento de bebês. Fiquei assim faceira de ver como ela se comunica e pede o que quer: água, papá, mamá, mamãe, papai, vovó, vovô. Tb diz: shtá (história) e escolhe o livro que qeur que a gente leia pra ela!, xixi, cocô, neném, e disse a frase “un schói, nenén, un schói neném” – (não chora neném), apertando uma bonequinha que ela tem que chora, para em seguida consolá-la, sacudindo e consolando. Não guentei. essa eu filmei. Uma hora posto aqui. Tb fala au-au, có (croc), có (galinha/passarinho), fho (flor), bâin (banho), cáh (carro), sái, (i)censh (licensa). Assopra sua comida para esfriar quando está quente, e hj me imitou qdu eu disse “frio”. Outro dia disse ao acordar, do jeito dela, “papai beija mamãe”. É solícita, sabe onde guardamos as coisas e onde ficam os lixos da casa. Dei hoje pra ela uma fralda descartável usada, bem emboladinha pra ela colocar no lixo, mais umas roupas que pedi pra ela colocar com as roupas sujas. Loguinho vem ela com as roupas, sem saber exatamente onde deixá-las. Indico o lugar (pq o tambor estava lotado o que penso que a confundiu) e fiquei procurando pra ver onde que ela tinha colocado a fralda. Não encontrei. Agora que cheguei do trabalho, fui ao banheiro e ao colocar o meu próprio lixo no baldinho, qdo piso no pedal eis que lá está. Essa me surpreendeu tb. Carinhosa. Desde uns dias que ela ao mamar quer, enquanto mama, ficar cutucando o bico do outro seio. Coisa que algumas mães suportam, eu bem quye tentei, mas não deu. Sintpo uma gastura incomensurável. No começo, qdo estava de bom humor até suportava, mas depois abri o jogo. Não dá, filha. Ela reclamou e foi uma coisa. Daí, entendi que ela precisava compreender o por quê de ela não poder mais. Quando ela quis da vez seguinte, eu mesma mostrei pra ela como ela se sentia ao ter os seus próprios mamilos cutucados. Foi incrível!! Ela sente muuuuuuuiiiitas cócegas e entendeu na hora! Hoje, mamando e tentando cutucar o meu do outro seio, eu falava ao telefone, fui reclamar com ela e ela deu risada. Curtindo a arte que estava fazendo. Descobri isso tb, que boa parte dos comportamenteos inadequados de um bebê (que Às vezes a gente pode achar que precisaria dar umas palmadas) se resolvem, facilmente e sem mais estresses, com cócegas, basta a gente controlar o (nosso) mau gênio. Excelente exercício de domínio sobre o ego e desidentificação com atitudes externas. Por exemplo: descobri que qdo ela me batia no rosto era porque era a forma que ela encontrou de demonstrar sua insatisfação com alguma coisa, que podia inclusive ser um comportamento meu que ela não estivesse gostando (Como assim!!!! Ela não está gostando de alguma coisa que estou fazendo?????, pois é, não somos perfeitas e os bebês nos mostram isso. Dura realizade a observarmos…), daí, devo confessar que fiquei atônita e perplexa uns dias, achando que tinha falhado em algum ponto. Como minha filha estava me batendo??? Depois achei que tinha que tomar uma atitude, senão o que ela ia fazer comigo qdo tivesse com 5, 10, 15 anos???? Achei, de coração, que umas boas palmadas fossem resolver e que depois de uma ou no máximo duas do mesmo tipo fossem  desencorajar o comportamento “inadequado”. Daí, um dia dei uma de manhã. Já tinha dado outra no outro dia. Quando foi de tarde ela me bateu de novo, e com um olhar desafiador. Pensei, preciso para com isso agora, senão vou ter que bater na minha filha de novo. E me lembrei nesse meio tempo, de uma técnica da educação para comportanto do tipo e afins, que é uma contenção, uma linguagem corporal que a gente transmite pra criança de que a gente pode com ela, de que a gente tem condição de dar limite respeitando e sendo respeitado. E simplesmente segurei as mãozinhas dela, beijei, segurei firme e disse que não iria bater (parecia que ela estava esperando por isso) pq senão ela ia viver apanhando e eu não queria. Que de agora em diante eu ia segurar e beijar suas mãos até ela aprender o que deveria fazer com elas. A partir daí as coisas foram ficando mais leves. Percebi que aí também comecei a desconstruir um padrão que recebi de educação, de que bater realmente adianta. Não conheço toda a Ciência da Educação ainda, mas quero descobrir formas respeitosas e efetivas de lidar com minha filha. Sinto que a partir de então estamos mais amigas, mais cúmplices. Coisa que não imaginava que pudesse acontecer. Sussurramos, brincamos, nos fazemos carinho. Sinto ela minha parceira e dou a ela a atenção que ela precisa, assim procuro fazer e quero continuar fazendo. Ah, me fez superbem encontrar na internet um texto que falava de educação sem palmadas. Vale a pena pesquisar.