É só uma intuição

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Quando decidi reservar as manhãs para meditar, ser eu mesma,  e criar espaço para mim, chegou a parecer um luxo. Acredito que alguém pode ter pensado isso. Até eu mesma cheguei a pensar.

Hoje lendo o livro Essencialismo, na página 57, o autor fala de criar tempo e reservar espaço para o nada, para simplesmente pensar. Fala de um executivo que entra em reunião consigo mesmo 4 vezes por dia, reuniões de meia hora cada. São duas horas em que ele assume o gerenciamento estratégico sobre sua vida, ao invés de ser arrastado pelas correntes.

Hoje cheguei a cogitar interromper esta leitura e passar para algo mais desafiador.

Mas agora percebo que mesmo fazendo algo que o livro recomenda, às vezes a gente precisa fazer a manutenção da nossa base.

Ou seja, algo que eu comecei a fazer intuitivamente, ele recomenda, valida. Validar algo que já fazemos também faz parte da consolidação de um caminho de luz.

Assim, mesmo que algo queira me desviar, como está sujeito, agora não estou mais “sozinha”, tenho agora uma teoria best seller, um autor de renome e um público enorme leitor deste livro que estão comigo.

capa essencialismo

Outra coisa que está me fazendo continuar, é que o livro tem 216 páginas. Se estou apenas na página 57 e já vi algo que estou fazendo, talvez mais adiante ele me mostre o próximo passo, algo que eu ainda não esteja fazendo.

É só uma intuição.

Limpeza de Matriz

LIMPEZA DE MEMÓRIAS INTRAUTERINAS

 

O conceito e a prática de #maternidadeativa sempre me pareceu fascinante e desafiador ao mesmo tempo.

 

Não basta ser mãe… é preciso se transformar em uma.

 

Ser mãe é ter um filho. Mas não apenas.

 

Existe uma série de acontecimentos que vão nos tornando mãe no decorrer do percurso.

 

Mesmo sem perceber a gente vai se tornando mãe.

 

Mas quando a gente faz isso de forma ativa, pode ter um gosto diferente.

 

E é bem provável que a gente consiga driblar algumas pedras do caminho.

 

E quem sabe, evitar algumas surpresas desagradáveis.

 

Uma das coisas que gosto muito da maternidade ativa é a #limpezadematriz.

 

Posso olhar para a minha história e identificar no meu #sistemapessoal e familiar, alguns traços e características que talvez eu não queira transmitir na minha #descendência.

 

Tendo identificado, posso empreender as ferramentas de limpeza.

 

Limpo as memórias, os traumas, as dores.

 

Medicinas da alma… do espírito…  do corpo… e da mente…

 

Curo aquela dor do meu coração.

 

Ela deixa de vibrar.

 

Não atinge minha criança.

 

Assim vamos construindo mais paz nos relacionamentos com nossos filhos.

 

E vamos #desabrochandoparaavida.

 

A vida é um presente sublime. Cuidar bem dela é uma arte.

 

Fernanda Leite – mãe de uma princesa na terra e um anjo no céu.

 

#limpezadetraumas

#limpezadememorias

#memoriasintrauterinas

#maeraiz

#pospartocurativo

#concepçãoconsciente

#muitoalemdafertilidade

#maternidadereal

Pensamento inconsciente coletivo

Escrevi ainda agora: E o pensamento coletivo… ainda inconsciente.

É comum já, até pensar em inconsciente coletivo… Mas aí me levou a pensar no que seria um pensamento consciente coletivo, ou pensamento coletivo consciente ou uma consciência coletiva. Aí eu penso que é mais um caminho a ser trilhado que um conceito a ser discutido, mas podemos tentar definir, só mesmo a pretexto de reflexão.

A gente pode começar pelo sentido das palavras…

Pensamento… esse movimento interno que alguns pressupõe que se dá no cérebro, outros na alma ou no espírito…

Consciente… bem, essa parte começa a complicar, porque a maior parte do que temos por psique é basicamente inconsciente. A inconsciência domina a grande parte do nosso pensamento. São gestos condicionados por padrões de comportamento, padrões culturais, familiares, sociais que estão arraigados no pensamento, organizam nossa forma de ser e estar no mundo, em grande parte de forma inconsciente. Consciência mesmo é uma coisa que a gente exerce com esforço… consciente. Se deixar por si, facinho a inconsciência domina.

Aí, imagina, estamos numa sociedade, com um conceitos  pré-determinados com relação a uma porção de coisas, como o lugar do homem e da mulher, quem merece respeito e consideração, sobre posse e propriedade, sobre o que é sujo e o que é limpo… Aí que a gente se encontra. No Coletivo. A maior parte do nosso pensamento não  é inconsciente? Pois no coletivo acontece a mesma coisa.

Inconscientemente adotamos determinadas idéias como verdade somente porque tem mais gente pensando nela. Assim boatos se tornam verdades. Assim milhares de mulheres foram queimadas nas fogueiras na idade média, porque eram bruxas… ou um pensamento coletivo determinou que mulheres que tinham determinadas características fossem tratadas de determinada forma. Aí virou o que virou. Hoje em dia não se erguem mais fogueiras para queimar mulheres como fizeram naquela época. Mas a gente que se cuide. Porque o inconsciente coletivo não mudou muito e passa caminhando por aí à procura de verdades que possa erguer e embandeirar. Eu que não me cuido não pra ver o que me acontece. Guardo bem direitinho minha vassoura.

 

 

A Artista e a Doula – os mesmos paradigmas profissionais

Eu era produtora cultural. Escrevia projetos culturais, captava recursos via editais públicos e privados, administrava os recursos, prestava contas. Até que um dia escrevi um projeto para um certo edital. Era para uma prefeitura. Foi um ano difícil para a Cultura, enquanto mercado de trabalho. Ano de crise como disseram alguns. Para nós, só mais um ano difícil.

Arte e lazer não são políticas essenciais para os governos. Assim, os cortes sempre vêm primeiro para as pastas da cultura, do esporte e do lazer. Neste ano foi assim. Minguou o trabalho em todas as frentes. Públicas e particulares. Assim, quando o resultado daquele edital saiu, sentimos aliviados que podíamos respirar… e pagar nossas contas. Batalhávamos mês a mês cada produção, por menor que fosse para manter a dignidade como pessoa… e como artista… e quando chegou a data prevista para a execução deste projeto, a prefeitura, em ano eleitoral, comunicou que não iria executar a despesa.

Foi um momento difícil pessoalmente e profissionalmente. Neste ano decidi não escrever mais nenhum projeto para edital público. E para empresa privada… bem, também não escrevi mais. Depois desse episódio, passei a fazer mais e escrever bem menos. Mas fiquei refletindo… sobre o que passa no inconsciente coletivo quando se pensa sobre o artista.

Muito comum com a gente, quando alguém vinha conversar. Que legal! Você é artista! E além de fazer teatro você trabalha? Nossa resposta: Trabalho… eu trabalho com teatro… Mas a resposta mental era mais ou menos assim, com todo respeito e educação: Você acha que eu estou aqui de brincadeira? Ou outra pergunta: Nossa! Como você canta bem! Já pensou em cantar profissionalmente? Resposta: Sim… é o que estou fazendo… mas a resposta mental: Oi? Você acha que estou aqui por quê?

Parece óbvio… agora, principalmente pra mim que passei alguns anos trabalhando como artista, o caráter ilusório que as pessoas alimentam sobre o trabalho do artista. Não se sabe das horas de estudo, das horas, semanas, anos de pesquisa sobre determinada linguagem artística, sobre a construção viceral de um personagem, sobre o estudo das harmonias e solfejos, dedilhados, e sobre a busca incessante do figurino perfeito, da linguagem visual exata para a composição da cena que vai dar o impacto desejado, para comunicar o sentimento que escolhemos tocar.

Enfim, trabalho que se dá escondido dos olhos, mas o coração sente… percebe… e o artista se sente recompensado primariamente pelo sentimento da platéia. Certamente este é o principal alimento da arte.

Mas depois que cai o pano, e a maquiagem se escorre pelo ralo da torneira, junto com o sabão que lavou as mãos e o rosto do artista, ele tem que pegar o seu precioso soldo e ir, como uma pessoa comum, pagar suas contas, água, luz, telefone, aluguel. Na fila, muitas vezes nem se diferencia.

Hoje eu escolhi, depois da decepção com os editais públicos, outros rumos profissionais, não menos árduos, pois o pensamento do inconsciente coletivo permanece parecido com relação à profissão que escolhi. Os paradigmas continuam sob novas vestes. Agora sou Doula. E logo identificam nosso trabalho com a missão maravilhosa de ajudar a trazer bebês ao mundo. E vamos explicando que há também o empoderamento da mulher. E vamos trabalhando… disseminando informação, criando grupo de apoio, blog, Fan Page, página na internet, fazendo roda embaixo de árvore, em parque, em praça, e aonde mais for possível, em todo lugar, a qualquer hora, sabe-se quantas horas pode durar um parto… e neste tempo estamos lá. E a família em casa? Espera… filha… marido… esperam. A gente volta. Retorna. Só Deus sabe em que condições. Parto vaginal respeitoso, com mulher maravilhosamente empoderada? Voltamos como deusas vitoriosas de mais uma batalha vencida. Parto que não deu, virou cesa, sem certeza sobre a indicação, médico truculento, bebê mal recepcionado? A volta…, bem…, … difícil. E lá vamos nós recuperar as forças e continuar a luta. Informação, empoderamento, apoio e suporte contínuo.

E assim, com tanta beleza na missão, ainda fica no ar… seria ainda mais belo e puro, se não fosse maculado com as impurezas do capital. Seria angelical e doce, se pudéssemos nos pagar simplesmente com o prazer e a alegria de um parto bom e bem assistido, um bebê bem nascido, uma família unida em volta deste novo membro, com amor. Pleno e puro. Mas depois do parto, depois de estabelecida a amamentação, voltamos para casa e temos ainda que cozinhar, nutrir nossas crias, alimentar a relação com o companheiro, exaurida pela ausência. E ainda? Olha que coincidência! Pagar as contas!

Como artista, aplausos seriam minha recompensa, moedas no chapéu o suficiente. Como Doula, me restaria o sacerdócio, a paga com um leitão, mais do que bem pago. Só Deus sabe de mim. E o pensamento coletivo… ainda inconsciente.

Carta à uma drª que não gosta de fazer episiotomia e viu pela primeira vez o trabalho de uma doula

Olá, Drª,
Vejo que está começando sua carreira, recém-formada. Uma esperança, ouvir uma médica dizer preferir o normal, tendo isso, tornado-se uma raridade. Por isso, peço sua atenção.
Querida, falo à vc pelo seu desprendimento em nos revelar sua mudança de mentalidade, de preferir pela cirurgia a um momento e em seguida, após estudo, ou reflexões, preferir pela via normal de nascimento.
O movimento de humanização do parto é algo grandioso e mundial, é uma retomada do poder das mulheres em conhecer seu próprio corpo e reconhecer que se puderam conceber e gestar, também podem parir.
Vc, Drª que não gosta de fazer episiotomia…não precisa fazer em nenhum caso. Já está comprovado que a maior laceração é preferível à menor episio… pode pesquisar na Medicina Baseada em Evidências… que o que faz a laceração acontecer em proporções a se preferir um corte são os puxos dirigidos e a posição de litotomia….
O clássico livro de Leboyer, Nascer Sorrindo, leia-o, vc vai ver que já em 1974, em sua primeira edição, o famoso médico já recomendava o corte tardio do cordão umbilical para maior conforto respiratório do bebê e uma transição mais suave para o mundo externo…e hoje, já se comprova que o sangue que advém do corte tardio do cordão umbilical é um poderoso preventivo à anemia até os 6 primeiros meses de vida do bebê.
Na maternidade onde tudo começou, em Pitiviers, na França, o índice de cesarianas chegou a 6%, com mulheres satisfeitas pela experiência do parto e famílias mais integradas, com a efetiva participação dos maridos e companheiros (pais). Atualmente, no Brasil, os índices chegam a 90%, na rede pública ultrapassa 50% com índices alarmantes de morbimortalidade materno fetal, sendo que 90% dessas mortes são por motivos evitáveis. A cirurgia pela qual se extraem os bebês dos úteros de suas mães não é tão segura como muitos dizem e pensam, é somente mais cômoda para profissionais e instituições, onde se subtrai das gestantes as informações sobre os reais riscos, tanto para sua própria saúde, quanto para a saúde de seu bebê, principalmente nas que são agendadas. A OMS sinaliza para o aceitável em 15%. Por isso chega a Rede Cegonha. Integre-se, informe-se, venha fazer parte. Junte-se à nós.
Assim, se me permite, tenho algumas dicas:
– Torne-se efetiva na sua boa vontade. Empodere a mulher que estiver atendendo. Humanize o seu atendimento. Conheça o que diz a Medicina Baseada em Evidências com relação ao atendimento à gestante e à mulher parturiente. Conheça as remomendações de boas práticas fornecida pela OMS.
– Aprenda que “ser médica de tirar nenê” é diferente de ser uma parteira. Escolha o que quer ser. Compreenda a sublime missão de assistir a um parto e garantir a assistência que for necessária, se for necessária.
Minha mensagem não chega à você de forma gratuita. A cidade precisa de profissionais humanizados. Carecemos de Obstetras comprometidos com a humanização do parto.
Não precisa responder agora, nem pra mim, nem pra ninguém. Pense, estude, pesquise, informe-se, duvide. A pressão para barrar a mudança é grande e poderosa, mas o amor que surge e contagia está chegando. Isso. A mulher no centro do processo e uma equipe tratando-a com consideração, com amor, e conhecendo técnicas de alívio não farmacológicos para a dor e desconforto; como recepcionar o bebê com o mínimo de desconforto para o bebê e para a mãe, conscientes do momento precioso que estão vivenciando, favorecendo o estabelecimento precoce de vínculo, colaborando para o sucesso do estabelecimento do aleitamento, compreendendo que o parto é um evento intimamente ligado à vida sexual da mulher e do companheiro dela, que isso ainda é muito mistificado e que precisa ser respeitado e considerado.
Assim que você começar a estudar a respeito, verá que as praticas atuais, padronizadas e protocolares estão diametralmente opostas ao que é necessário que seja feito.
Assim que você começar a se informar poderá escolher. Escolher seguir em frente e descobrir o que há para ser descoberto, ou voltar atrás e fazer de conta que você não conheceu uma doula atuando, nem um parto sem nenhuma intervenção, nem cortou um cordão após cinco minutos do bebê ter nascido, nem precisou romper bolsa, nem fazer episio…
Lembre-se desse termo em suas buscas: Medicina Baseada em Evidências
Lembre-se de alguns nomes também: Michel Oden, Ricardo Jones, Jorge Khlun, Moysés Paciornik…
Vc pode estar se perguntando, como eu tb me pergunto, por que não se vê essa matéria na graduação? Tb não sei responder a essa pergunta. Talvez será porque as disciplinas são demasiadamente rígidas em seu conteúdo ao ponto de não permitirem influência de mudanças recentes? Leboyer, 1974, mas Michel Oden, tem uma obra editada em português, O Renascimento do Parto, que data de 2002, no Brasil. Isso é muito recente mesmo. Recente e urgente, necessário.
Veja também: http://www.cienciadoiniciodavida.org/principal.htm
É preciso reduzir o número de cesarianas, principalmente as eletivas e as com indicações inconsistentes, as chamadas “desnecesárias”, mas ao mesmo tempo é preciso tornar o parto normal uma experiência rica de sentidos e significados, uma experiência gratificante e satisfatória para a mulher, para que ela queira, deseje vivê-lo. É preciso que o parto seja respeitoso, íntimo e amoroso.
É isso.
Atenciosamente,
Fernanda Leite, doula e mãe da Clarissa, 18meses, nascida em casa, em Parto Domiciliar Planejado, naturalmente, sem intervenções.
Meu relato de parto: https://amaequesou.wordpress.com/category/relato-de-parto/
Vídeo com as imagens do parto: http://www.youtube.com/watch?v=GQANVSkwB8I

Carta à uma drª que não gosta de fazer episiotomia e viu pela primeira vez o trabalho de uma doula

Olá, Drª,
Vejo que está começando sua carreira, recém-formada. Uma esperança, ouvir uma médica dizer preferir o normal, tendo isso, tornado-se uma raridade. Por isso, peço sua atenção.
Querida, falo à vc pelo seu desprendimento em nos revelar sua mudança de mentalidade, de preferir pela cirurgia a um momento e em seguida, após estudo, ou reflexões, preferir pela via normal de nascimento.
O movimento de humanização do parto é algo grandioso e mundial, é uma retomada do poder das mulheres em conhecer seu próprio corpo e reconhecer que se puderam conceber e gestar, também podem parir.
Vc, Drª que não gosta de fazer episiotomia…não precisa fazer em nenhum caso. Já está comprovado que a maior laceração é preferível à menor episio… pode pesquisar na Medicina Baseada em Evidências… que o que faz a laceração acontecer em proporções a se preferir um corte são os puxos dirigidos e a posição de litotomia….
O clássico livro de Leboyer, Nascer Sorrindo, leia-o, vc vai ver que já em 1974, em sua primeira edição, o famoso médico já recomendava o corte tardio do cordão umbilical para maior conforto respiratório do bebê e uma transição mais suave para o mundo externo…e hoje, já se comprova que o sangue que advém do corte tardio do cordão umbilical é um poderoso preventivo à anemia até os 6 primeiros meses de vida do bebê.
Na maternidade onde tudo começou, em Pitiviers, na França, o índice de cesarianas chegou a 6%, com mulheres satisfeitas pela experiência do parto e famílias mais integradas, com a efetiva participação dos maridos e companheiros (pais). Atualmente, no Brasil, os índices chegam a 90%, na rede pública ultrapassa 50% com índices alarmantes de morbimortalidade materno fetal, sendo que 90% dessas mortes são por motivos evitáveis. A cirurgia pela qual se extraem os bebês dos úteros de suas mães não é tão segura como muitos dizem e pensam, é somente mais cômoda para profissionais e instituições, onde se subtrai das gestantes as informações sobre os reais riscos, tanto para sua própria saúde, quanto para a saúde de seu bebê, principalmente nas que são agendadas. A OMS sinaliza para o aceitável em 15%. Por isso chega a Rede Cegonha. Integre-se, informe-se, venha fazer parte. Junte-se à nós.
Assim, se me permite, tenho algumas dicas:
– Torne-se efetiva na sua boa vontade. Empodere a mulher que estiver atendendo. Humanize o seu atendimento. Conheça o que diz a Medicina Baseada em Evidências com relação ao atendimento à gestante e à mulher parturiente. Conheça as remomendações de boas práticas fornecida pela OMS.
– Aprenda que “ser médica de tirar nenê” é diferente de ser uma parteira. Escolha o que quer ser. Compreenda a sublime missão de assistir a um parto e garantir a assistência que for necessária, se for necessária.
Minha mensagem não chega à você de forma gratuita. A cidade precisa de profissionais humanizados. Carecemos de Obstetras comprometidos com a humanização do parto.
Não precisa responder agora, nem pra mim, nem pra ninguém. Pense, estude, pesquise, informe-se, duvide. A pressão para barrar a mudança é grande e poderosa, mas o amor que surge e contagia está chegando. Isso. A mulher no centro do processo e uma equipe tratando-a com consideração, com amor, e conhecendo técnicas de alívio não farmacológicos para a dor e desconforto; como recepcionar o bebê com o mínimo de desconforto para o bebê e para a mãe, conscientes do momento precioso que estão vivenciando, favorecendo o estabelecimento precoce de vínculo, colaborando para o sucesso do estabelecimento do aleitamento, compreendendo que o parto é um evento intimamente ligado à vida sexual da mulher e do companheiro dela, que isso ainda é muito mistificado e que precisa ser respeitado e considerado.
Assim que você começar a estudar a respeito, verá que as praticas atuais, padronizadas e protocolares estão diametralmente opostas ao que é necessário que seja feito.
Assim que você começar a se informar poderá escolher. Escolher seguir em frente e descobrir o que há para ser descoberto, ou voltar atrás e fazer de conta que você não conheceu uma doula atuando, nem um parto sem nenhuma intervenção, nem cortou um cordão após cinco minutos do bebê ter nascido, nem precisou romper bolsa, nem fazer episio…
Lembre-se desse termo em suas buscas: Medicina Baseada em Evidências
Lembre-se de alguns nomes também: Michel Oden, Ricardo Jones, Jorge Khlun, Moysés Paciornik…
Vc pode estar se perguntando, como eu tb me pergunto, por que não se vê essa matéria na graduação? Tb não sei responder a essa pergunta. Talvez será porque as disciplinas são demasiadamente rígidas em seu conteúdo ao ponto de não permitirem influência de mudanças recentes? Leboyer, 1974, mas Michel Oden, tem uma obra editada em português, O Renascimento do Parto, que data de 2002, no Brasil. Isso é muito recente mesmo. Recente e urgente, necessário.
Veja também: http://www.cienciadoiniciodavida.org/principal.htm
É preciso reduzir o número de cesarianas, principalmente as eletivas e as com indicações inconsistentes, as chamadas “desnecesárias”, mas ao mesmo tempo é preciso tornar o parto normal uma experiência rica de sentidos e significados, uma experiência gratificante e satisfatória para a mulher, para que ela queira, deseje vivê-lo. É preciso que o parto seja respeitoso, íntimo e amoroso.
É isso.
Atenciosamente,
Fernanda Leite, doula e mãe da Clarissa, 18meses, nascida em casa, em Parto Domiciliar Planejado, naturalmente, sem intervenções.
Meu relato de parto: https://amaequesou.wordpress.com/category/relato-de-parto/
Vídeo com as imagens do parto: http://www.youtube.com/watch?v=GQANVSkwB8I

Tabela de sono para bebês – do Soluções para Noites sem Choro

Pra nós e pra muita gente essa tabela tem sido uma bússula boa na hora de saber se os nossos pequenos estão simplesmente sem sono, ou estão “estourados” de tanto sono que não querem nem dormir! Repeitar os horários de sono dos bebês pode não ser garantia de uma boa noite de sono (nossa), mas com certeza favorece o bom desenvolvimento deles, pois, como já diziam antigamente, é dormindo que se cresce, né?! 😉

E pra ilustrar, uma fotenha da Clarissa, pequenuchinha, tirando aquela sonequinha do meio da tarde *-*

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Notas do livro “Healthy Sleep Habits, Happy Child”, de Mark Weissbluth, MD

Recém-nascido: 1 Semana
– Bebê dorme bastante, 15-18 horas/dia
– Geralmente em intervalos de 2-4 horas
– Não há padrão de sono

2 a 4 semanas
– Sem tabela de horários, permita que o bebê durma quando precisa
– Bebê provavelmente não dormirá por periodos longos à noite
– O maior período pode ser de 3-4 horas

5 a 8 semanas
– Bebê está mais interessado em brinquedos e objetos
– O maior período de sono começa a aparecer regularmente nas primeiras horas da noite
– O período mais longo é de 4-6 horas (menos se tem cólicas)
– O bebê “fácil” tem períodos mais regulares
– Ponha-o para dormir aos primeiros sinais de cansaço
– Ponha-o pra dormir: não mais que 2 horas acordado
– Após acordar pela manhã já está pronto para soneca somente 1 hora depois
– O bebê vai se distrair mais facilmente, então precisa de um lugar quieto pra dormir
– Crie uma rotina de atividades que acontecem antes de cada soneca e da hora de dormir à noite
– Sinais de extrema fadiga: irritável, puxa o próprio cabelo, bate na própria orelha

3 a 4 meses
– A necessidade é maior de um lugar calmo e quieto para dormir, pois o bebê se distrai mais facilmente
– Não deixar o bebê acordado por mais de 2 horas (alguns agüentam somente 1 hora)
– 6 semanas de vida é quando o período de sono mais longo deve ser preferencialmente à noite (não de dia)
– O maior período de sono é somente de 4-6 horas
– Comece a colocar o bebê para dormir antes dele começar a ficar irritado ou sonolento

4 a 8 meses
– O sono do bebê se torna mais como o do adulto, com período inicial de não-REM
– A maoria acorda entre 7 da manhã, mas geralmente entre 6-8.
– Se o bebê acordar antes das 6 é bom colocar para dormir após mamar e trocar a fralda
– Não é possível mudar a hora que o bebê acorda de manhã colocando-o para dormir mais tarde
– Comidas sólidas antes de dormir tambem não resultam em acordar mais tarde
– O período acordado de manhã deve ser de cerca de 2 horas para bebê de 4 meses e 3 horas para bebês de 8 meses
– Então a soneca da manhã é por volta das 9 horas para a maioria
– Tenha um período tranqüilo e quieto, parte da rotina de dormir, com duração máxima de 30 minutos. Essa rotina deve começar 30 minutos ANTES do fim do período que o bebê fica acordado
– Um soneca só é restauradora se é de 1 hora ou mais, algumas vezes 40-45 minutos conta, mas 1 hora ou mais é o ideal
– Conte com outra soneca após 2-3 horas acordado
– Evite mini-sonecas no carro ou parque
– Não deixe o bebê tirar uma sonequinha para compensar uma soneca perdida
– Se o bebê tira a soneca quando deveria estar acordado, bagunça a rotina acordado/dormindo
– A Segunda soneca é geralmente entre meio-dia e 2 da tarde (antes das 3)
– Deve durar 1-2 horas
– Uma terceira soneca poderá ou não ocorrer, se ocorrer será entre 3-5 da tarde e geralmente bem rápida
– A terceira soneca desaparece por volta dos 9 meses de idade
– A hora de dormir ideal é entre 6-8 da noite, decida pelo quanto a criança está cansada
– Empregue uma rotina antes da cama com a mesma seqüência de eventos toda noite, assim a criança começará a predizer o que vem a seguir, ou seja, o sono
– A criança poderá acordar de 4-6 horas depois para mamar, algumas estarão com fome mas outras vão dormir direto, depende do indivíduo
– Uma Segunda mamada podera’ ocorrer por volta de 4-5 da madrugada,

9 a 12 meses
– A maioria dos bebês dessa idade realmente precisam de 2 sonecas/dia com duração total de 3 horas de sono
– Por o bebê pra dormir à noite mais cedo permitirá que ele durma até mais tarde de manhã (em alguns casos não )
– Rotina usual: acorda às 6-7 da manha, soneca da manhã 9:00, soneca da tarde 1:00 (antes das 3 pra não atrapalhar com o sono da noite), dormir à noite entre 6-8 pm
– Se o bebê que dormia à noite toda começar a acordar, tente antecipar a hora de dormir gradualmente de 20-20 minutos.

12 a 21 meses (1 ano a 1 ano e 9 meses)
– Muda de 2 sonecas para 1 soneca/dia, total duração de sono 2 horas e meia
– Se a mudança para 1 soneca é difícil, tente por na cama mais cedo, a criança poderá tirar 2 sonecas num dia e 1 no outro até estabilizar

21 a 36 meses (1 e 9 meses a 3 anos)
– Maioria das crianças ainda precisam de uma soneca
– Em média a soneca é de 2 horas mas pode ser entre 1-3 horas
– Maioria das crianças dormem entre 7-9 da noite, acordam entre 6:30-8 da manhã
– Se a soneca não aconteceu, é preciso por na cama mais cedo ainda
– Se a criança não dorme bem durante a noite, não permitir que a criança tire a soneca pode ser problemático, causar extrema fadiga
– Se a criança acorda entre 5-6 da manhã, e está bem descansada, pode-se tentar encorajar mais sono com cortinas escuras
– Ir pra cama mais cedo pode resultar em acordar mais tarde de manhã (sono traz mais sono, na maioria dos casos)

3 a 6 anos
– A maioria ainda vai dormir entre 7-9 da noite, acorda entre 6:30 e 8 da manhã
– Aos 3 anos a maioria das crianças precisam de 1 soneca todos os dias
– Aos 4 anos, cerca de 50% das crianças tiram soneca 5 dias/semana
– Aos 5 anos de idade, cerca de 25% das crianças tiram soneca 4 dias/semana
– Aos 6 anos de idade as sonecas geralmente desaparecem
– Aos 3 e 4 anos a soneca dura 1-3 horas
– Aos 5 e 6 anos a soneca dura entre 1-2 horas

7 a 12 anos
– A maioria das crianças de 12 anos vão dormir entre 7:30 e 10 da noite, na média 9 da noite. A maioria dorme 9-12 horas/noite.
– Muitas crianças de 14-16 anos agora precisam de mais sono que quando eram pré-adolescentes para manter a atividade ótima e serem alertas durante o dia

Tradução: Andreia Mortensen

Sobre limites e limitações

Dia desses estava refletindo sobre o que é um limite. Tem o limite de velocidade. Tem o limite que a gente coloca numa relação. Tipo, até aqui vc pode ir. Tem o limite próprio, tipo até aqui EU posso ir. Mas, quando é que o limite precisa ser respeitado e quando é que precisa ser superado? Como saber? Fiquei pensando que limite, quando é bom, envolve segurança e conforto. Tipo o limite de velocidade – é o padrão de segurança da via e traz um parâmetro confortável para se lidar com as condições da pista, do veículo e afins. Agora, tem o limite que a gente tem com a gente mesmo. E aí? E se for um limite que eu tenho pra me dar bem com fulano? E se for um limite imposto por alguma barreira com origem em algum pré-conceito? Daí, identifiquei que isso é mais, assim, uma limitação, pois impede o crescimento. Taí um bom balizador. Limite bom nos dá segurança pra crescer e se desenvolver, e uma limitação é algo que serve pra ser superado. Uma coisa que vem me dando um alívio enorme nos meus relacionamentos é saber que tenho limites. Daí minha primeira atitude com relação a eles é de respeito. A todos eles. Eles existem e merecem respeito. Ponto. Em seguida faço uma “triagem”. Procuro identificar a natureza deles. Quais são os que vou precisar olhar agora, pois estão mais de perto, quais vou olhar daqui um tempo, pois não incomodam tanto no momento. De todos, vou indentificando quais preciso divulgar para os conviventes pra manter as relações em níveis de respeito e harmonia. Desses, vou identificando quais EU preciso superar para manter e melhorar os níveis de respeito e harmonia. Tarefinha boa. Pra casa. Serviço interno.

Boas surpresas do dia e de outros dias

Hoje Clarissa começou me surpreendendo cedo. Fazia já uns dias que não conseguia fazer minha devocional matutina. E estava sentindo falta. Hoje, apesar dos adendos e interrupções gerais, persisti e voltei pra minha cama após atender às “urgências”. E comecei a entoar um mantra que gosto muito. Clarissa, pedindo atenção, convidei-a a ficar comigo e tb “rezar”. Sentou-se no meio da minha posição de buda e, para minha surpresa, quando eu comecei o meu honnn…. ela começou tb o dela! Cantava lindamente seu proprio mantra e sua própria integração. Infelizmente não resisti à cantoria incólume e tive que rir e nós rimos juntas. Mágico. Mais adiante no dia, passo por ela com sua sacola no ombro, onde ela protesta logo em seguida – “dodói u ó, dodói u ó…” tradução: “dodóio no olho, dodóio no olho”, disse apontando o olhinho. Tinha sabido que frases com 3 palavras eram esperadas para mais pra frente no desenvolvimento de bebês. Fiquei assim faceira de ver como ela se comunica e pede o que quer: água, papá, mamá, mamãe, papai, vovó, vovô. Tb diz: shtá (história) e escolhe o livro que qeur que a gente leia pra ela!, xixi, cocô, neném, e disse a frase “un schói, nenén, un schói neném” – (não chora neném), apertando uma bonequinha que ela tem que chora, para em seguida consolá-la, sacudindo e consolando. Não guentei. essa eu filmei. Uma hora posto aqui. Tb fala au-au, có (croc), có (galinha/passarinho), fho (flor), bâin (banho), cáh (carro), sái, (i)censh (licensa). Assopra sua comida para esfriar quando está quente, e hj me imitou qdu eu disse “frio”. Outro dia disse ao acordar, do jeito dela, “papai beija mamãe”. É solícita, sabe onde guardamos as coisas e onde ficam os lixos da casa. Dei hoje pra ela uma fralda descartável usada, bem emboladinha pra ela colocar no lixo, mais umas roupas que pedi pra ela colocar com as roupas sujas. Loguinho vem ela com as roupas, sem saber exatamente onde deixá-las. Indico o lugar (pq o tambor estava lotado o que penso que a confundiu) e fiquei procurando pra ver onde que ela tinha colocado a fralda. Não encontrei. Agora que cheguei do trabalho, fui ao banheiro e ao colocar o meu próprio lixo no baldinho, qdo piso no pedal eis que lá está. Essa me surpreendeu tb. Carinhosa. Desde uns dias que ela ao mamar quer, enquanto mama, ficar cutucando o bico do outro seio. Coisa que algumas mães suportam, eu bem quye tentei, mas não deu. Sintpo uma gastura incomensurável. No começo, qdo estava de bom humor até suportava, mas depois abri o jogo. Não dá, filha. Ela reclamou e foi uma coisa. Daí, entendi que ela precisava compreender o por quê de ela não poder mais. Quando ela quis da vez seguinte, eu mesma mostrei pra ela como ela se sentia ao ter os seus próprios mamilos cutucados. Foi incrível!! Ela sente muuuuuuuiiiitas cócegas e entendeu na hora! Hoje, mamando e tentando cutucar o meu do outro seio, eu falava ao telefone, fui reclamar com ela e ela deu risada. Curtindo a arte que estava fazendo. Descobri isso tb, que boa parte dos comportamenteos inadequados de um bebê (que Às vezes a gente pode achar que precisaria dar umas palmadas) se resolvem, facilmente e sem mais estresses, com cócegas, basta a gente controlar o (nosso) mau gênio. Excelente exercício de domínio sobre o ego e desidentificação com atitudes externas. Por exemplo: descobri que qdo ela me batia no rosto era porque era a forma que ela encontrou de demonstrar sua insatisfação com alguma coisa, que podia inclusive ser um comportamento meu que ela não estivesse gostando (Como assim!!!! Ela não está gostando de alguma coisa que estou fazendo?????, pois é, não somos perfeitas e os bebês nos mostram isso. Dura realizade a observarmos…), daí, devo confessar que fiquei atônita e perplexa uns dias, achando que tinha falhado em algum ponto. Como minha filha estava me batendo??? Depois achei que tinha que tomar uma atitude, senão o que ela ia fazer comigo qdo tivesse com 5, 10, 15 anos???? Achei, de coração, que umas boas palmadas fossem resolver e que depois de uma ou no máximo duas do mesmo tipo fossem  desencorajar o comportamento “inadequado”. Daí, um dia dei uma de manhã. Já tinha dado outra no outro dia. Quando foi de tarde ela me bateu de novo, e com um olhar desafiador. Pensei, preciso para com isso agora, senão vou ter que bater na minha filha de novo. E me lembrei nesse meio tempo, de uma técnica da educação para comportanto do tipo e afins, que é uma contenção, uma linguagem corporal que a gente transmite pra criança de que a gente pode com ela, de que a gente tem condição de dar limite respeitando e sendo respeitado. E simplesmente segurei as mãozinhas dela, beijei, segurei firme e disse que não iria bater (parecia que ela estava esperando por isso) pq senão ela ia viver apanhando e eu não queria. Que de agora em diante eu ia segurar e beijar suas mãos até ela aprender o que deveria fazer com elas. A partir daí as coisas foram ficando mais leves. Percebi que aí também comecei a desconstruir um padrão que recebi de educação, de que bater realmente adianta. Não conheço toda a Ciência da Educação ainda, mas quero descobrir formas respeitosas e efetivas de lidar com minha filha. Sinto que a partir de então estamos mais amigas, mais cúmplices. Coisa que não imaginava que pudesse acontecer. Sussurramos, brincamos, nos fazemos carinho. Sinto ela minha parceira e dou a ela a atenção que ela precisa, assim procuro fazer e quero continuar fazendo. Ah, me fez superbem encontrar na internet um texto que falava de educação sem palmadas. Vale a pena pesquisar.

Eu doula

É…

agora é assim…

sou uma doula.

E estou no blog doulascentrooeste.blogspot.com.br, criado especialmente para divulgar o trabalho das doulas no Centro-Oeste. Valeu Rehuna!!!

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